Especialistas
auxiliam estudantes que têm no Enem sua principal chance de conseguir uma vaga
no Ensino Superior dividido em áreas do conhecimento, em vez das tradicionais
disciplinas, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) exige dos alunos muito
raciocínio. Para conseguir responder da forma correta, é preciso articular o
que foi assimilado durante o ano e saber interpretar.
–
O estudante deve apurar sua leitura do mundo, ler reportagens de jornal, por
exemplo, e ficar atento a como os fatos aconteceram e quais são seus prováveis
motivos – explica a professora Roselane Costella, da Faculdade de Educação da
UFRGS, pesquisadora do Enem.
- Embora
as questões sejam de múltipla escolha, a correção da prova é feita com o
sistema estatístico Teoria da Resposta ao Item (TRI), que analisa o desempenho
do aluno em toda a prova, considerando questões fáceis e difíceis.
–
Há menos fórmulas, então o aluno tem de aprender sem decorar. Além disso, deve
focar nas questões mais simples primeiro – afirma o pesquisador e consultor da
Fundação Cesgranrio Ruben Klein.
Para
ter sucesso na avaliação, a professora Roselane sugere que os alunos organizem
seu tempo, façam simulados e conectem os assuntos que podem cair nas provas.
A
próxima edição do Enem, marcada para os dias 3 e 4 de novembro, exige
organização para estudar. Por isso, o caderno Vestibular elaborou um manual
para auxiliar os estudantes que têm o exame como principal forma de ingresso à
universidade.
Para
vencer o Enem:
Organizar
o tempo dedicado a cada questão é fundamental.
Professora
da Faculdade de Educação da UFRGS, Roselane Zordan Costella pesquisa o Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem). Desde março deste ano, tem conversado com
professores e estudantes que se preparam para o exame. Entre as principais
dúvidas dos alunos, estão a administração do tempo, formas de estudar e como
funciona a correção da prova.
Questionada
sobre a existência de capacidades específicas que levem ao sucesso na
avaliação, a professora explica que habilidades representam processos mentais
de aprendizagem que, muitas vezes, o aluno desenvolve sem se dar conta.
–
Na prova do Enem, são cobradas inúmeras habilidades que, quando articuladas
pelos estudantes, os tornam competentes para lidar com os conteúdos.
Entre
as mais importantes, estão ler, conseguir interpretar, saber defender um ponto
de vista, argumentar e pensar nas propostas dadas. Para Roselane, aplicar os
conceitos teóricos em situações cotidianas também é fundamental.
Habilidades
importantes para vencer a prova:
-
Interpretar
-
Ler com competência
-
Saber defender um ponto de vista
-
Argumentar
-
Pensar nas propostas dadas
-
Resolver situações consideradas problema
-
Administrar o tempo
-
Aplicar conceitos em situações cotidianas
Como
reunir as peças e ter sucesso Redação
-
Observe as pequenas mudanças que ocorreram na redação e leia cada uma das
competências apontadas para entender o que significa escrever diante dessas
exigências. Também é importante desenvolver redações com temas sociais,
utilizando conceitos trabalhados no Ensino Médio. Rever os temas cobrados no
Enem desde 1998 é interessante para ver qual é a proposta dessa dissertação.
Leia e escreva muito. Peça ajuda aos professores.
Atualidades
-
Apure sua leitura de mundo, leia reportagens de jornal extraindo delas o
conhecimento e, também, as informações sobre a temporalidade dos
acontecimentos, além de como e por que aconteceram.
-
Fique atento às questões atuais que estão sendo comentadas: atos de corrupção,
divisão de renda, baixo desempenho do Ensino Médio, questões ambientais
tratadas no Rio de Janeiro, durante a Rio+20, sustentabilidade e outros. Faça
constantemente a relação dos acontecimentos cotidianos com as fórmulas de
química, física e matemática, por exemplo. Estude história pensando no contexto
e observe em mapas onde o fato ocorreu.
Simulados
-
Treine com questões e simulados, fazendo cada questão em pouco tempo. Corrija
de forma consciente, observando o que errou e por que errou. Também simule a
administração do tempo, se fizer um grupo de 10 questões, por exemplo, estipule
um tempo de dois minutos por questão. Se for simular as 90 questões, utilize um
tempo aproximado de três minutos para cada uma.
Principais
temas
-
Urbanização, energias, ambiente, estatística, saúde e outros temas que
aparecem, historicamente, em todas as provas do Enem, devem ser revistos. Além
disso, estude esses conteúdos pensando em interpretá-los a partir de problemas.
Analise as provas de matemática e veja como os problemas são solicitados.
Estude probabilidade, geometria e outros conteúdos observando como são cobrados
no exame.
Revisão
-
Revise os conteúdos da mesma forma que faria com outro vestibular, mas priorize
a compreensão dos assuntos.
Tranquilidade
-
Mantenha um ritmo de estudo para não se angustiar na última semana. Não esqueça
que a consciência de que se fez tudo o que se podia fazer é o melhor
tranquilizante.
Entenda
a nota
A
correção das questões objetivas do Enem ocorre da maneira usual, no entanto, a
atribuição das notas nas provas é feita a partir de uma teoria matemática
chamada Teoria de Resposta ao Item (TRI). Esse método estatístico modela, para
cada questão, a probabilidade de o aluno acertar o item em função de sua
capacidade. No modelo utilizado, o resultado final não será igual ao número de
respostas corretas, com uma simples soma, como ocorre em muitos vestibulares.
Os itens têm “pesos” diferentes e, por isso, dois alunos com o mesmo número de
acertos podem ter notas diferentes. O modelo da TRI utilizado leva em conta a
consistência das respostas, isto é, o padrão de resposta do candidato. Por
isso, não faz sentido o aluno acertar algumas questões difíceis e errar as
fáceis.
–
No caso de o aluno acertar apenas as questões mais difíceis, o sistema o
penalizará, pois entende que isso não é razoável – explica Ruben Klein,
consultor da Fundação Cesgranrio.
É
importante acertar as questões fáceis
Então,
a sugestão de Klein é que os alunos primeiro identifiquem as perguntas que têm
mais certeza da resposta e respondam essas antes. Em seguida, a proposta é
responder as questões mais difíceis. Também não se deve deixar resposta em
branco, pois qualquer acerto, mesmo casual, acrescenta alguns pontos na nota
final.
Além
disso, Klein lembra que a prova não costuma exigir conteúdos decorados e, sim,
o raciocínio do aluno. Para Roselane, o aluno tem de estar consciente de que
deparará com questões que valem mais, mas que isso não depende da escolha do
curso, como em alguns vestibulares. Também é importante ter em mente que a
redação vale 1000 pontos, um peso significativo que deve levar o aluno a se
concentrar mais.
–
Ter consciência de como funciona a correção é importante e acaba fazendo com
que os candidatos estudem de forma diferente – completa a professora.
Fonte:
ZH
