Cinco vestibulandos compartilharam problemas com as disciplinas de português, física, matemática, química e biologia.
Se pensarmos no vestibular como uma maratona, podemos dizer que, ao fim do primeiro semestre do ano, os estudantes se aproximam da metade do percurso. Nos próximos meses, alguns alunos despontarão no pelotão de frente.
Como já é hora de intensificar os estudos, o caderno Vestibular conversou com cinco jovens que se preparam para serem recompensados com uma vaga na universidade ao fim da corrida. O objetivo foi identificar dificuldades em algumas matérias que ainda podem ser contornadas para não deixar ninguém para trás.
Português
Não me dou bem com gramática. Minhas principais dúvidas são sobre formação de frase, identificar sujeito e predicado. Tenho também problemas com as regras de acentuação.
Carolina Murari, 17 anos
Muitos alunos acabam comprando uma gramática que consideram ser a "mais completa", sem se dar conta de que, em geral, elas são mais voltadas a professores. Recomendo buscar uma gramática que seja mais didática, que traga exercícios. Além disso, sempre é bom recorrer a um grupo de estudos. Para conseguir identificar sujeito e predicado, o melhor é começar a treinar com frases mais simples, buscando exemplos em provas anteriores. Depois, partir para estruturas mais complexas. Sobre acentuação, é importante compreender o sistema fonético do português. Uma boa estratégia é comparar regras e palavras para verificar por que uma recebe acento e a outra, não.
Professor Ávila Oliveira
Física
Embora eu queira cursar Engenharia Mecânica, física é uma matéria que me traz problemas. Me sinto tranquilo em relação a alguns conteúdos, como movimentos e cargas. Porém, ainda tenho dificuldades para compreender a formação de imagens em espelhos côncavos e convexos.
Gabriel Dal Corso, 18 anos
A UFRGS busca alunos que compreendam os fenômenos físicos, não fórmulas. O mesmo vale para o Enem, cuja prova de física melhorou no último ano. Como espelhos costumam aparecer em apenas uma questão, e o estudante diz estar bem em movimentos, que geralmente são sete, acho que pode ser otimista.
Professor Ênio Kaufmann
Matemática
Meu problema é geometria plana. Além de decorar as fórmulas, tenho dificuldade para relacionar figuras e visualizar triângulos, por exemplo, em polígonos irregulares.
Marina Martins, 16 anos
A melhor coisa para aprender geometria é pegar uma cartolina e uma tesoura para recortar e montar figuras. Esse tipo de exercício também ajuda a compreender melhor os sólidos, montados a partir de figuras planas. Visualizando as formas, o estudante vai ter uma compreensão maior dos conceitos básicos, e a consequência disso é que vai entender as fórmulas, sem precisar decorá-las. Nas provas da UFRGS — que exigem que o aluno entenda conceitos, em vez de decorar fórmulas —, a maioria das questões sobre área é com montagens de figuras. Seguidamente as figuras que aparecem na prova são sólidos desmontados.
Professor Régis Gonzaga
Química
Estou no 3º ano do Ensino Médio e temo ir muito mal na prova de química. Tenho algumas dificuldades com essa matéria, especialmente com relação a química inorgânica. Minha grande interrogação é como me organizar para vencer esses conteúdos.
Marina Bellolli, 16 anos
Uma dica que serve para qualquer conteúdo: planeje o estudo conforme o programa da prova. Na UFRGS, costumam exigir a identificação das funções inorgânicas, a nomenclatura dos compostos das funções e as principais reações desses compostos. No Enem, além de classificar e identificar, é preciso apontar a aplicação, dizendo, por exemplo, para que serve a soda cáustica. Recomendo três passos:
1) Conhecer provas anteriores
2) Conhecer os tipos de questões
3) Fazer testes cronometrados
Professor Luiz Ferrari
Biologia
Meu problema não é exatamente entender o conteúdo. Lembrar dos nomes é o que complica. Eu entendo o funcionamento de uma célula, por exemplo, mas como decoro os nomes de todos os componentes?
Lucas Lameira, 21 anos
Noto, em 20 anos de sala de aula, que a nomenclatura da biologia costuma ser um problema para quem não quer seguir em áreas da saúde, por exemplo. Creio que, para que o aluno se ambiente com tantos nomes, é necessário estar constantemente em contato com o vocabulário, lendo e relendo o conteúdo. Não adianta estudar tudo antes e não rever mais. A repetição ajuda a gravar as palavras. Uma boa notícia é que a UFRGS não cobra tanto nomenclatura, desmembrando os componentes da célula, por exemplo.
Professor Ricardo Velloso
Fonte: ZH
